sábado, 8 de outubro de 2011

Dança Pós-Moderna - Xavier Le Roy

Universidade Ferderal de Pelotas
Centro de Artes e Design
Curso de Dança - Licenciatura
História da Dança III
Professor : Thiago Amorim
Acadêmica : Ândrea Rodrigues


Xavier le Roy  estudou biologia molecular na Universidade de Montpellier.Ele trabalha como dançarino e coreógrafo desde 1991.De1997 a 2003, foi artista residente em Podewil-Berlin.Ele realizou trabalhos como Self Unfinished (1998),Product of Circumstances (1999), Xavier le Roy2000),um trabalho de Jêrome Bel, Giszelle (2001) criado em colaboração com Eszter Salamon,Project  (2003) um trabalho com 15 performers. Ele também realizou Das Theater der Wiederholungen (2003), uma ópera de Bernhard Lang e Mouvemenys fur Lachenmann. Em 2006 coreografou Ionisation de Edgar Varése, com 40 crianças.Em 2004 e 2006, ele esteve envolvido em vários programas educacionais em diferentes contextos e instituições.Em 2007/2008 foi associado no Centro Coreográfico Nacional de Montpellier.Em 2010 foi artista residente  do Programa de Arte Cultura e Tecnologia do Mit.
Le Roy rejeita completamente a imagem de como um dançarino deve ser. Como coreógrafo e dançarino, ele trabalha com as dimensões incomuns de seu corpo, explorando as qualidades e descobrindo suas específicas possibilidades. Os defeitos de seu corpo o levam a uma virtuosidade fisicamente estranha e ao absurdo . “Le Roy fragmenta o macrocosmos do seu corpo para buscar relação entre imagem corporal e identidade” (Shilcher 2002,33).
“Questionar corpo comum á um corpo deficiente...”
Xavier le Roy nos mostra em sua composições o quão belo e interessante é seu corpo comumente considerado desproporcional. Realmente braços longos e seu movimento cotidiano parecem desengonçado. Se olharmos ao caminhar nas ruas talvez nem pensássemos ser um bailarino ( dançarino) famoso. Então devemos rever nossos preconceitos e redefinir dança e o corpo dançante. (Ciane Fernandes – Mexendo as cadeiras/ Como sistema Laban-Bartenieff pode ser bom para tudo?).Entre seus trabalhos :

Self Unfinished (1998)
Aos poucos começa dobrar e desdobrar seu corpo sozinho ou contra parede ou embaixo da mesa, por dentro da roupa masculina que vira um “vestido”. Le Roy associa variações no peso (forte ou leve ), fluxo ( contido ou livre ), e foco direto.
Product of Circumstances: Biografia como teoria. Uma conferência autobiográfica torna-se performance. Meu corpo como matéria prima para organização social e cultural e como prática de uma necessidade crítica.As relações entre processo e produto quanto seu próprio envolvimento no processo.
Low Pieces (2009/2011)
Em face de estes corpos nus, a imagem social do bailarino ter uma conversa, presente nos olhos dos espectadores apenas um momento antes, desaparece. Qualquer palavra que possa descrever esse sentimento parece curta ou além do que nos é mostrado. A cena poderia representar um rebanho de animais em repouso, um bando de leões sob o sol, uma composição de plantas... Essas imagens vêm um após o outro em nossa imaginação. O grupo de indivíduos se transforma em um grupo de natureza indeterminada, capaz de receber todas as nossas projeções. Xavier Le Roy, assim, joga com os nossos sentidos e, mais uma vez perguntas nesta criação à maneira como percebemos um corpo. Ao rejeitar os códigos de vestimenta e remoção de movimento de hábitos sociais, ele propõe uma comunidade liberado de sua humanidade para o espectador. Animal? Mecânica? Vegetal? Diante de nossos olhos, uma série de paisagens coreográfica sugere outra forma de estar no mundo.
Xavier le Roy ( Butô ): A partir de um e-mail de Boriz Charmatz : “ Uma vez disseste-me que levarias apenas duas horas para te tornares um bailarino de butô”. É como contar uma história conta os passos que deu desde receber o e-mail, as memórias dos espetáculos de butô. O butô é um pretexto para pensar sobre as condições de produção de espetáculo como arranjamos informação, o que fazemos para resolver o problema.No final não dançou o butô, o processo fez-lo refletir sua obra.
Le Sacre du Printemps:
Ao observar Sir Simon Rattle reger a Filarmônica de Berlim, durante os ensaios de Le sacre du printemps, em 2003 (documentado no dvd Rhythm is it), Xavier Le Roy decidiu trabalhar com o clássico de Igor Stravinsky. Sem qualquer treinamento musical, mergulhou em intensos estudos sobre a interpretação dos maestros, considerando seus gestos uma coreografia própria. Uma inversão de causa e função se revela: gestos e movimentos que deveriam fazer os músicos tocarem parecem, ao mesmo tempo, serem produzidos pela música que deveriam produzir. Que movimento caracteriza o antes e o depois de um determinado som, força motora de uma peça? Há tantos corpos quanto a formas e perspectivas de se ouvir: o que ouve o músico, o regente e o espectador?


 Vídeos :
http://www.youtube.com/watch?v=G3rv1TeVEPM
http://www.youtube.com/watch?v=2ZUxQJ5NDIk
http://www.youtube.com/watch?v=z0HS_DU-stc

Bibliografia :
FERNANDES, Ciane. Mexendo as Cadeiras: em que o sistema Laban/Bartenieff  pode ser bom pra tudo?
http://www.dimenti.com.br/interacaov/?p=190

http://www.xavierleroy.com/page.php?sp=69caa2510bce2be93732e5c2739db89ba96ccaaf&lg=fr
http://idanca.typepad.com/photos/artistas_2007/lesacreduprintemps_5_vincent_cavaroc_bai.html
http://www.goethe.de/kue/tut/cho/cho/hl/ler/enindex.htm


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